domingo, 24 de janeiro de 2010

O HOMENZINHO DE CABEÇA REDONDA

Há uma inquietação que se manisfesta também nos pensamentos. Um planejar incessante de ir para outro lugar, perto de onde estou ou mais longe onde ninguém me conhecesse. Lá trocaria de nome, um nome local,tipo José de Tal, Euclides da Silva ou Cleiton Rodrigues.
Colocaria uma peruca ou então deixaria meus poucos fios de cabelo crescerem e os pintaria, bem como a barba, de vermelho;seria um ruivo, simplesmente um velhinho ruivo, nada mais. A restauração da pintura seria realizada a noite sempre às escondidas. Os produtos usados em tal procedimento seriam guardados a sete chaves e comprados numa grande cidade bem longe dali.
O sotaque local treinaria em frente a um espelho que funcionaria também como um gravador de voz. De início fiquei em dúvida se não falaria como os colonos que vivem lá no alto da serra. Decidi após algum tempo que não pronunciaria as palavras daquele geito pois poderia chamar muita atenção e viraria uma espécie de figura folclórica local. E aí quando alguém, um tipo de secretário do turismo da pequena vila, com intenções não muito claras chamasse uma emissora de TV para registrar as belezas locais eu poderia sair em rede nacional e seria desvendado o desaparecimento misterioso do homenzinho de cabeça redonda.

23/01/2010

3 comentários:

  1. tem muito mais material aí nestas gavetas !!!!!

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  2. Hehehe...muito bom!
    Esse sentimento de sair pra um lugar onde não somos reconhecidos é forte!
    Bj...Carol

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